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Writer's pictureRui Marques

Nem sempre o que parece que é, é; ou o que parece impossível, pode não sê-lo

Se é verdade que os nossos sentidos e a nossa capacidade de apreender a realidade constituem recursos valiosíssimos também é verdade que, às vezes, não chegam para a compreender – pelo menos à primeira vista.


Comece por aqui:


O primeiro olhar pode enganar. Como poderá passar por ali?

Nunca, diremos nós!


Somos, muitas vezes, enganamos pelas ilusões de ótica. Quer para o parece... e não é, quer também para o que não parece. E é. Esta charada tem um propósito, claro. Cada vez somos mais chamados a ir além de um primeiro nível de análise. Em vez do “golpe de vista” que, de tão rápido, deixa escapar o essencial, precisamos de um olhar atento. No tempo das “fake news” ou da capacidade de a inteligência artificial gerar processamento de voz que imita perfeitamente alguém (como foi experimentado com um discurso – falso – de Obama) é necessário reforçar a nossa capacidade analítica, estruturada através de um pensamento crítico e uma abordagem que não esqueça o longo caminho da construção da racionalidade humana.


Se, por um lado, precisamos de cultivar uma imunidade às múltiplas manipulações a que podemos ser sujeitos, por outro lado, não podemos deixar de ter a curiosidade de procurar o “não-visto” ou o altamente improvável. Ou ainda, de construir as soluções para que seja possível conseguir “passar por ali”. Qualquer uma destas respostas só é possível para um olhar atento, curioso e insatisfeito.

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