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  • Writer's pictureRui Marques

E o que fazer com esta zanga?

Perante estes desafios, há caminhos possíveis para lidar com estes sentimentos, começando por ter consciência sobre eles e a sua razão de ser e assumindo as rédeas da nossa resposta consciente e racional - não deixando as emoções à solta.


O já referido artigo do Washington Post, de Elisabeth Chang, avançava também com potenciais pistas de solução que aqui reproduzimos:

  • Limitar a exposição aos media Precisamos de ter consciência como estamos a “alimentar” as nossas mentes. Há estudos que sugerem os impactos negativos duma sobreexposição ao fluxo mediático sobre desastres naturais ou eventos terroristas e sintomas de stress pós-traumático. Os autores do artigo sugerem pois: "Todos nós poderíamos fazer mais pausas nos meios de comunicação social, passar mais tempo a caminhar lá fora, a ver os nossos vizinhos, a cumprimentá-los, a trocar ideias para a resolução de problemas e a recordar-nos que estamos juntos nisto", Isso implica então estabelecer limites e que se fosse intencional no consumo dos media. Por exemplo, pode definir um temporizador para ver televisão ou percorrer as redes sociais durante 15 minutos, uma ou duas vezes por dia. Caso contrário, podemos estar neste processo durante horas sem um objectivo em mente e, muitas vezes, acabamos por nos sentir pior do que quando começámos.


  • Cuidado com os sinais e faça-se senhor de si mesmo Para controlar a raiva é preciso reconhecer que ela está a acontecer". Isso significa "auto-monitorização": estar em sintonia com os sinais físicos que evidenciam esse sentimento. A resposta não passa por suprimi-los ou negá-los, mas ter deles consciência, ser capaz de identificar a origem e lidar com esse fenómeno de forma positiva, não se deixando tornar refém do processo.


  • Pare e pense antes de deixar a raiva mandar Se sentir um impulso expressar esta raiva ou zanga, vale a pena perguntar : Será esta uma boa ideia? Quais são as consequências disto? Em que é que isto ajuda?". Esta paragem pode permitir reenquadrar a questão, perceber outras dimensões em causa, evitar poder estar a ser vitima de manipulação por alguém que o queira usar para uma determinada agenda que lhe é estranha…


  • Lidar com essa energia elevada da forma certa De uma forma impulsiva, somos tentados a lidar com a raiva exteriorizando-a em gestos de violência (gritando, praguejando, batendo em alguma coisa…). Embora seja “natural” não é por ai que os autores deste artigo nos desafiam a ir. Pelo contrário, a sua sugestão passa por baixar a intensidade da energia elevada que estamos a sentir, aproximando-nos de um nível mais baixo (respiração profunda, música calmante, passeio no exterior,…)


  • Distraia-se Também se pode abordar o aspecto cognitivo da raiva. As pessoas zangadas tendem a ruminar sobre o que as deixou zangadas, ficam a remoer o assunto nas suas mentes, e isso só piora as coisas. Por isso, se puder, distraia-se. Tente fazer algo que seja incompatível com a raiva e a agressividade.


  • Se sentir raiva então que seja para fazer alguma coisa para construir outra realidade A raiva pode não ser necessariamente uma coisa má se a soubermos canalizar para uma energia positiva de transformação social. A revolta perante algo que está mal e nos toca pode ser uma força que nos leve a comprometer numa construção de soluções justas e respeitadoras da dignidade humana.


  • Tenha em conta o exemplo que dá… Todos somos, de alguma maneira, uma referência à nossa volta. Por fim, quando lidamos com a raiva, estamos a ser observados. E o que fizermos inspirará outros. Para o bem e para o mal.

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