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  • Writer's pictureRui Marques

A importância de começar pelo porquê

Nas nossas formações do método Ubuntu para formadores ou na Academia de Liderança Colaborativa, sublinhamos sempre, no domínio do autoconhecimento, a importância do “Círculo Dourado”, de Simon Sinek. Começar sempre pelo “porquê”/”para quê” é essencial para gerar sentido e propósito. Recupero, por isso, um dos exemplos que nos dava a propósito do primeiro voo.


(De “Primeiro pergunte porquê”, de Simon Sinek.)


“A meta era ambiciosa. O interesse público era elevado. Os especialistas estavam desejosos de contribuir. O dinheiro estava prontamente disponível. Munido de todos os ingredientes para o sucesso, Samuel Pierpont Langley determinou, em inícios da década de 1900, que seria o primeiro homem a pilotar um avião. Altamente conceituado, era um responsável de topo no Instituto Smithsonian, um professor de Matemática que também tinha lecionado em Harvard. Entre os seus amigos incluíam-se alguns dos mais poderosos homens a nível governamental e empresarial, incluindo Andrew Carnegie e Alexander Graham Bell. Langley recebeu uma dotação de 50.000 dólares do Departamento de Guerra dos EUA para financiar o seu projeto, uma avultada quantia de dinheiro para a época. Reuniu os melhores cérebros da época, uma verdadeira equipa de sonho em matéria de talento e conhecimentos. Langley e a sua equipa recorreram aos melhores materiais e a imprensa acompanhava-o para todo o lado. As pessoas em todo o país estavam de olhos postos na história, à espera de lerem que ele tinha alcançado o seu objetivo. Com a equipa que reuniu, e dispondo de amplos recursos, o seu sucesso estava garantido. Estava mesmo? A algumas centenas de quilómetros de distância, Wilbur e Orville Wright estavam a trabalhar na sua própria máquina voadora. A paixão de ambos por voar era de tal modo intensa que inspirou o entusiasmo e empenho de um grupo extremamente dedicado da sua terra natal, em Dayton, Ohio. Não havia financiamento para o empreendimento dos dois irmãos. Não dispunham de qualquer dotação governamental. Não possuíam contactos de alto nível. Nem uma só pessoa da equipa possuía habilitações académicas superiores, nem tão pouco Wilbur ou Orville Wright as tinham. Mas a equipa uniu-se numa humilde loja de venda de bicicletas e conseguiu tornar a sua visão numa realidade. No dia 17 de dezembro de 1903, um pequeno grupo testemunhou um homem a voar pela primeira vez na História. Como é que os irmãos Wright conseguiram ser bem-sucedidos numa área onde uma equipa com melhores equipamentos, mais bem financiada e com um nível de instrução superior não conseguiu? Não foi sorte. Tanto os irmãos Wright como Langley estavam altamente motivados. Ambos os lados tinham uma forte ética profissional. Ambos os lados dispunham de mentes científicas aguçadas. Eles estavam atrás do mesmo objetivo, mas apenas os irmãos Wright foram capazes de inspirar quem os rodeava e de liderarem verdadeiramente a sua equipa no sentido de desenvolverem uma tecnologia que mudaria o mundo. Só os irmãos Wright começaram pelo “porquê”.”


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