top of page
  • Writer's pictureRui Marques

A nossa experiência de consagração

(a propósito da missão de voluntariado para a construção do Centro Juvenil P. António Vieira – Dili, Timor-Leste)


Chegada a Dili.
Chegada a Dili.

A Madalena e a Marta, no conforto e confiança dos seus três e dois anos, respectivamente, brincam lá fora com as amigas. Os dias passam assim, entre brincadeiras, gargalhadas e descobertas. De olhos doces e sorrisos largos, foram acolhidas pelos timorenses, de coração aberto. E para elas é com se sempre tivessem cá estado. Já se habituaram a ouvir o seu nome nos locais mais inesperados de Dili e respondem ao cumprimento Diak ka lae, com a resposta certa – diak. Nas brincadeiras com as bonecas já integraram o “pôr o repelente” com que, várias vezes ao dia, a mãe as “impermeabiliza” ao efeito dos mosquitos da Malária e do Dengue. Deixaram, a 18.000 kms, casa e brinquedos de sempre, avós, tios e Leonor, para participar numa missão que ainda não entendem na totalidade, mas da qual são parte plena. E são felizes.


Em família, têm a sorte de começar a vida da melhor maneira: ao Serviço e em Missão. Os quatro, numa opção que se tornou fácil, tão preparada que foi por Deus, vivem, em cheio, um tempo de missão ao serviço do povo e da Igreja de Timor. Neste tempo complexo e cheio de dificuldades, onde o desígnio de construir um País é tão difícil quanto o foi libertar-se da opressão da ocupação indonésia, compete-lhes, com todas as suas fragilidades pessoais e erros que cometem, ajudar a dar vida a um Centro Juvenil Pe. António Vieira, que foi construído em Dili, proporcionando aos jovens timorenses oportunidades de formação humana, cultural e espiritual. Aqui desdobram-se por múltiplas actividades, servindo e apoiando a Direcção timorense que tem a seus ombros a responsabilidade de dirigir o Centro. Nesse dia-a-dia, procuram estar sempre centrados no essencial e na razão de ser desta experiência: o sentido de missão evangélica – anunciar, sobretudo por gestos e obras, Cristo aos homens do nosso tempo – movida pela partilha do Amor com que Deus os sustenta em todos os minutos da sua vida. Em cada gesto, em cada dificuldade, em cada frustração e em cada alegria esforçam-se por encontrar a face de Jesus, e transformá-la na sua razão de ser. E assim, vão tornando sagrado o tempo que vivem e os gestos que fazem, apesar da sua pequenez e do seu pecado, tendo como certo que o Amor com que Deus os envolve é extraordinário.


Para a Madalena e para a Marta, ainda que não entendam tudo agora, ficará na sua história pessoal, esta experiência de consagração, ao serviço de Deus e dos Irmãos que valerá mais que mil palavras de educação e formação cristã.


bottom of page