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  • Writer's pictureRui Marques

A vida de Siya Kolisi

A história de vida de Siya tem já inspirado muitos. Cresceu numa “township” pobre chamada Zwide, mas isso não o impediu de chegar longe. Hoje é o inspirador capitão da seleção sul-africana de rugby, os Springboks. Com ele, ter-se-á concretizado, simbolicamente, o sonho de Mandela.

Siya nasceu em 1991, aparentemente do lado errado da vida. No entanto, como tantas vezes parece acontecer, o que parece estar escrito, é rescrito pela vontade e pelas circunstâncias. Na pobreza do seu bairro, foi filho pais adolescentes e perdeu a sua mãe aos 15 anos, sendo depois criado pela sua avó. Dela recorda a influência "positiva, amorosa, solidária e protetora" nos tempos mais difíceis, presença sem a qual não teria conseguido alcançar o seu sucesso. Começou a jogar rugby aos sete anos e, mais tarde, recebe uma bolsa para o prestigiado Grey College. Em 2019, lidera a equipa sul-africana que vence o Campeonato do Mundo de Rubgy, contra a Inglaterra, transformando-se numa referência para todo o mundo.



Quando questionado sobre qual teria sido o momento mais significativo da sua vida não hesita em recordar, numa entrevista à Red Bull, que esta “poderia ter tomado uma direção diferente à medida que se envolvia cada vez mais em tomar drogas e cheirar gasolina com outros rapazes no município. Podia ter acabado como um tsotsi [um jovem criminoso] e a partir daí, só teria duas opções reais: a prisão ou a morte. Ou ambas", refletiu ele. No entanto, uma sessão de treino para uma equipa local de râguebi chamada African Bombers, supervisionada por um treinador gritante, aterrador, mas inspirador, chamado Eric Songwiqi, provou ser uma epifania. "Terminei essa sessão exausto, ferido e a sangrar, mas fui a pé para casa nas nuvens. Foi a coisa mais espantosa que já tinha feito. Desde aquela primeira sessão, nunca mais olhei para trás, e nunca mais fumei erva ou cheirei gasolina".


Ainda na mesma entrevista, quando questionado sobre a sua visão de liderança recorre ao termo “Springbok” (nome de um animal e da equipa sul-africana), escolhendo para cada letra um atributo de liderança que um capitão de equipa deve protagonizar: S, de “self”; P, de “Positivity”; R, de “Resilience”; I, de “Inclusivity”; N, de “Natural”; G, de “Genuine”; B, de “Bravery”; O, de “Objectivity” e, K, de “Knowledge”.


Para Siya, ter crescido em Zwide representou ainda assim um tempo feliz na sua vida, apesar de tudo o que lhe faltava, “graças ao amor e ao apoio que tinha da minha comunidade”, acrescentando que “é por isso que o espírito Ubuntu está tão próximo do meu coração, pois sem o apoio da comunidade e das pessoas trabalhando juntas, eu não estaria aqui hoje”.


Sem esperar muito, vá até à Netflix e procure a série “De que é feito um líder” e aí encontrará um episódio dedicado a Siya e à sua fantástica história de vida e registe mais esta porta de esperançar.

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