top of page
  • Writer's pictureRui Marques

Como esperançar combatendo a mentira...

Uma das ameaças recorrentes ao esperançar é a mentira. A pós-modernidade, trouxe-nos a “pós-verdade”, essa forma eufemística de tratar a mentira intencional e manipuladora. A selva das “fake-news” exige-nos cuidados redobrados e alguma sabedoria para distinguir o trigo do joio.


Recorrendo ao Livro da Comunicação, de Mikael Krogerus e Roman Tschappeler, vale a pena reter o seguinte:


“Se deseja analisar as notícias (falsas), um bom ponto de partida é o modelo simples desenvolvido pelo sociólogo americano Harold D. Lasswell, em 1948, o qual ainda hoje funciona surpreendentemente bem para, por exemplo, separar as falsificações dos factos. A fórmula é: «Quem diz o quê, em qual canal, para quem e com que efeito».


QUEM? Ao respondermos à pergunta «quem» o disse, desviamos a nossa atenção para o emissor. Lasswell chamou a isto «análise de controlo»: Quem está a falar? Qual é o seu objetivo? Quem são os seus aliados?


O QUÊ? Olhando para «O que» está a ser dito, damos atenção à mensagem (a «análise de conteúdo»). Para identificarmos o objetivo por trás da mensagem, podemos, por exemplo, perguntar: «Como estão as mulheres ou as pessoas de cor representadas? O que é que os termos da frase implicam?»


QUAL? Respondendo à pergunta «qual canal», fazemos uma «análise de meios de comunicação»: «Por que razão estão a usar este canal? Como é que o podem pagar? Quem pagou por ele?»


PARA QUEM? A «análise da audiência» pode, por exemplo, revelar algo sobre o objetivo do emissor: «Por que razão estão a falar especificamente para estas pessoas?»


COM QUE EFEITO? Com a «análise de efeito», perguntamo-nos como é que o público reagiu e o que é que isso nos diz sobre o emissor.”



Neste contexto vale a pena conhecer a iniciativa Verified que, com impulso das Nações Unidas, foi lançada durante a pandemia mas que continua muito ativa.


Um dos apelos que é feito é que sejamos muito mais cuidadosos com o que partilhamos ou “gostamos” nas redes sociais. Sugere-se, antes de republicar qualquer notícia que vemos façamos cinco perguntas:


1. Quem escreveu isto?

2. Qual é a fonte?

3. De onde é que isto surgiu?

4. Porque está a partilhar isso?

5. Quando foi isto publicado?


Sugere-nos também três momentos a cumprir:


1. Parar: interromper a nossa resposta emocional

2. Pensar: Respirar fundo. Ativar o pensamento crítico.

3. Partilhar: não partilhe se não confia





bottom of page