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Writer's pictureRui Marques

De estudantes a aprendentes

No sistema educativo sul-africano encontrei a utilização regular no discurso oficial a expressão “learner” em vez de “Student. Vale a pena pensar em todas as consequências dessa opção, pois não é uma mera questão de palavras.


Nesta minha recente viagem à África do Sul, confrontei-me com a utilização do termo “learner” em vez de “student”. Nunca me tinha cruzado com um discurso oficial que usasse esta nomenclatura, mas, pensando bem, faz todo o sentido.


Nos nossos Laboratórios da Mudança repetimos, muitas vezes, que o que importa é o foco nos resultados e nos impactos e não tanto na produção de outputs. Assim, parecendo tudo a mesma coisa - aluno, estudante e aprendente* - não o é. É diferente ir às aulas, estudar ou aprender. Apesar da (potencial e desejável) correlação entre estas dimensões, o que conta mesmo é o que se aprendeu. É bom estudar, mas só se for para aprender.


As palavras que usamos - ainda que possam ser sinónimos - têm um poder performativo, porque carregam consigo um determinado ângulo, um ênfase que pode ser diferente. Esta opção sul-africana é inovadora e inspiradora.


*Escolho propositadamente esta palavra, que raramente usamos (aprendente), como tradução de “learner” (em vez de aprendiz, que poderia ser outra opção, mas que habitualmente tem sempre um traço de desqualificação que queria evitar).

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