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  • Writer's pictureRui Marques

Laboratoriar: uma necessidade de sempre

Sentirmo-nos desconfortáveis com o que ainda está por resolver. Com os problemas sociais que continuam a cruzar as nossas sociedades e que atentam contra a dignidade humana. Por isso, precisamos de ir à procura de novas soluções para velhos e novos desafios. E para isso, não há como “laboratoriar”.


Apesar de não existir na língua portuguesa, a palavra “laboratoriar” faz todo o sentido. Procurar ativamente novas respostas, através de uma abordagem experimental, centrada na busca de soluções inovadoras estruturadas, constitui um desafio fascinante. Foi sempre assim que a ciência e a tecnologia avançaram e pode também ser assim que, nas áreas sociais, venhamos a conseguir conquistas significativas. O IPAV lançou em Novembro as sementes de dois Laboratórios que procuram percorrer esse caminho.


Em Gaia, com a parceria com a Gaia Urb, empresa municipal de urbanismo e habitação, estamos a construir o Laboratório das Cidades Relacionais. Este é um tema central para o futuro próximo, particularmente depois dos impactos tão significativos, em termos de disrupção relacional, provocados pela pandemia. Para dar resposta a esses desafios, iremos desenvolver um projeto de investigação-ação, de consultoria e de capacitação, multidisciplinar e colaborativo, centrado na geração/gestação de capital relacional, com impacto positivo na resiliência, bem-estar e desenvolvimento sustentável nas cidades, através e com foco nas pessoas. Sabemos que a cidade é uma malha de relações entre pessoas, grupos e instituições, com uma especial conexão à sua geografia, território e paisagens e queremos que o conceito de cidade relacional possa ser explorado e constituir uma nova narrativa explicativa e inspiradora para as cidades do futuro. Os ecos mediáticos multiplicaram-se e a expetativa é alta. Mas os desafios não ficaram por aí.


Em Portalegre, numa parceria com o Inst. Politécnico de Portalegre, a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo e a CCDR Alentejo, o tema do nosso Laboratório será a Inovação Social. Este conceito chave tem revelado virtudes significativas para encontrar respostas, particularmente a problemas sociais complexos.



Assim, através de dinâmicas de experimentação, de aprendizagem, de partilha de conhecimento, de prototipagem de novas soluções e de replicação de boas práticas de inovação social, procuraremos ajudar a fazer face aos problemas complexos mais relevantes da região. Existem no Alentejo problemas complexos (wicked problems) que são particularmente desafiantes, que atravessam fronteiras de organizações e saberes, para os quais não se conhece ainda uma solução eficaz, e que exigem abordagens integradas e colaborativas. (p.e. Despovoamento, Desequilíbrio demográfico, Gestão da água e Desertificação, Isolamento dos idosos, Abandono e insucesso escolar,...)


Sobre este tema, deixo a sugestão que possa ir até ao RTP Play e veja um dos episódios da série Planeta A, dedicado exatamente a este tema da inovação social. Já agora, os restantes sete episódios também valem a pena.

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