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  • Writer's pictureRui Marques

Mote Ubuntu para 23/24: “Reparar para Esperançar”

Creio que nos ajuda, em cada etapa, traçar objetivos e metas a alcançar. Neste caso, no arranque de um novo ano letivo, para além de todos os trabalhos que nos esperam, precisamos de inspiração. E, na equipa Ubuntu, fomos pensando, discernindo e co-construindo juntos o que poderia ser o mote para este ano.


Esperançar, tema que nos acompanhou no ano passado, precisa de continuar presente. Em 2022/23, a Comunidade Ubuntu reviu-se neste desafio de Paulo Freire e foi afirmando, por palavras e, sobretudo, por ações, que somos capazes de fazer a diferença que queremos ver no mundo. Conjugámos muitas vezes o verbo no presente e lançámo-lo também para o futuro. Decidimos, pois, continuar a Esperançar.


Mas torna-se necessário ir mais longe. Inspirados pela “Economia de Francisco” e pelos relatos que desta iniciativa nos chegaram através de alguns participantes, acrescentámos um “como”, ao caminho do Esperançar: Reparar.


A palavra “Reparar” chama-nos a três atitudes de REPARAR.


Primeiro que tudo, REPARAR é saber voltar a parar. Sendo a nossa vida cada ver mais uma voragem de instantes que se consomem rapidamente, desafio-vos a que este ano saibamos criar tempos de paragem, para cada uma, para cada um de nós. Parar para saborear, parar para avaliar. Parar para (nos) escutarmos. Parar para discernir caminhos. Parar para não nos consumirmos.


Mas REPARAR, é também essa atitude subtil de saber ver com atenção. Saber ver para além do óbvio e do superficial. Saber ver com os olhos do coração. Saber ver o invisível. Para isso, temos de saber reparar. Estar atentos. Olhar com atenção. Convido-vos este ano a começar muitas conversas connosco próprios e com outros, com “Já reparaste que….?”. Mas que esta atenção se foque, por um lado, num desocultar a realidade para vermos tantas coisas boas que nos escapam e, por outro, que nos permita ter a atenção e o pensamento crítico suficientes para não nos deixarmos manipular, particularmente por culturas de ódio e de polarização.


Finalmente, REPARAR é também assumir a nossa imperfeição e o desejo de melhorar. Todos nós teremos algo a melhorar, algo a reparar. Esta constante melhoria, de quem humildemente se sabe imperfeito, mas que nunca abdica da possibilidade de fazer melhor, constitui uma enorme oportunidade. O que temos para reparar, em nós e, depois, no mundo à nossa volta?


Assim, Reparar para Esperançar, pode inspirar-nos para um ano que, não se afigurando fácil, pode gerar sentido e propósito para os nossos dias.


Deixemo-nos pois inspirar por este olhar para que possamos fazer a diferença à nossa volta!



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