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Writer's pictureRui Marques

Os problemas começam nas relações. As soluções também: Para falar disso nasceu o Relational Lab

Parte (significativa) da resposta ao título da newsletter deste mês passa por sabermos passar de deficits relacionais para um ecossistema de relações fortes e significativas. É também para isso que nasceu o Relational Lab.


No final deste mês de Maio, lançámos a mais recente iniciativa da constelação IPAV, que se chama Relational Lab. Este projeto nasce da convicção que a qualidade relacional é um determinante do bem-estar pessoal e da realização profissional do indivíduo, bem como tem um impacto decisivo na eficiência e a eficácia da ação organizacional.


Para dar resposta a este desiderato, o Relational Lab participará em processos de diagnóstico para a identificação de déficits relacionais, através de dinâmicas interpessoais e organizacionai. Por outro lado, apoiará processos de mudança organizacional e de desenvolvimento pessoal para um modelo centrado na (re)construção de capital relacional. Finalmente acompanharemos a avaliação de impacto dos processos de transformação, anteriormente desencadeados através do diagnóstico e da intervenção.


Desde já estaremos aptos a realizar as Oficinas Relacionais, num programa de 2+2 dias completos, em torno do desenvolvimento de competências relacionais, através de um conhecimento mais profundo de si mesmo, das relações com os outros e com os sistemas em que estamos inseridos. O primeiro piloto que realizámos esta a comprovar que o Modelo de Evolução Relacional (MER) é poderosíssimo e permite-nos ir mais longe na construção de qualidade relacional.





Entretanto lançámos o livro “Educação relacional: chaves para uma pedagogia do reconhecimento”, de Joan Quintana e Arnoldo Cisneros, fundador e diretor do Instituto Relacional e parceiro chave neste projecto do Relational Lab. Como é expresso pelos autores “a educação relacional baseia-se no reconhecimento, o ato relacional que nos permite existir e trazer os outros à existência. A educação relacional convida-nos a olhar, a ver, a reconhecer e a agir em coerência para que as pessoas possam viver a experiência de serem únicas e de fazerem parte dos outros, para que se possam complementar com as forças dos outros, para se sentirem seguras e para construírem um futuro partilhado. Relacionar-se é conversar para se encontrar, para compreender, para descobrir o que há de comum no que é supostamente diferente, para sentir a alegria de aprender a conviver.”


Para esta abordagem são seleccionadas dez chaves:

  1. O valor da relação – reconhecer o outro permite-nos criar vínculos e adquirir aprendizagens significativas.

  2. Auto-consciência relacional – Reconhecer-se como docentes e dar segurança aos seus alunos para que possam ser e fazer.

  3. Amor e limites Reconhecer é uma dança entre amor e limites, para aprender a viver e a conviver.

  4. Visibilidade e invisibilidade – Reconhecer para fomentar a visibilidade dos docentes e alunos, em vez de causar invisibilidade pela nossa falta de reconhecimento.

  5. Singularidade – Reconhecer que em cada pessoa existem forças e sabedoria que há que respeitar na educação

  6. Positividade para trabalhar a partir das forças. – Reconhecer é educar desde uma visão positiva das pessoas, potenciando as suas forças.

  7. Espaços relacionais – reconhecer os espaços educativos, quer virtuais quer presenciais, como o habitat onde se desenvolve o ato educativo que facilita a aprendizagem e a socialização.

  8. Desenvolvimento das competências relacionais – Reconhecer potencia a capacidade de aprender a pedir, a oferecer, a estabelecer acordos e a escutar, tendo em vista relacionar-se de uma forma saudável.

  9. Construção de redes de participação – Reconhecer é gerar relações que ajudem a cumprir os desafios e os sonhos da comunidade educativa.

  10. Liderança e qualidade relacional – Reconhecer é liderar projetos educativos que deem resposta às necessidades que emergem nas nossas comunidades, conseguindo resultados e cuidando das relações.

Em Gaia, com o nosso Laboratório das Cidades Relacionais , o tema do workshop andou à volta deste conceito procurando ir esmiuçando o como e o porquê de um novo modelo de cidade, entendida como uma rede dinâmica de relações entre pessoas, instituições e espaços.


Finalmente, em Matosinhos, o foco foi na saúde. O desafio foi centrado em como podemos ter um melhor sistema de saúde, a partir de melhores relações entre os diferentes protagonistas, começando desde logo com a melhor relação entre as equipas de saude e os utentes.

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